O modelo de DCE atual funciona pela ampla participação dos alunos por meio dos seus delegados que tem poder de voto com base na decisão do alunado que participam das reuniões dos centros acadêmicos. Dessa forma, é muito mais democrático, porque obriga os representantes de CAs a constantemente levar discussões na base. Os estudantes não são apenas lembrados apenas para votar, mas sim, constantemente a discutir e questionar para decidir as coisas. Não é igual ao pseudo-movimento “diretas já” que está por aí pregando o voto direto como se a participação política fosse só isso. Sabemos que participação politica, exige questionamentos, criticas e participação nas decisões. Isso, o movimento “diretas já” não oferece, porque o seu propósito é como as eleições nacionais, estaduais e municipais, ou seja, o cidadão só é lembrado para votar e mais nada. Não é um movimento que realmente quer politizar, mas sim despolitizar, porque tal sistema funciona na base da personificação da figura de um presidente que tem amplos poderes para mandar nos outros. As conseqüências disso, todos sabemos: clientelismo, favorismos, toma lá da cá, autoritarismos e vários outros tipos de promiscuidade política que alguns petistas adoram.
Já a eleição indireta que ocorre no DCE a qual o movimento diretas já tanto repudia, não é bem uma eleição indireta, mais sim uma eleição que passa por reflexão e discussão nas bases. É uma forma de promover criticamente decisões mais maduras e eficientes já que nada pode ser decidido sem debater com outras pessoas nos centro acadêmicos. Já o voto direto, há poucas discussões, porque é só lançar candidatos e pedir votos simplesmente sem cobrar que haja debates. É o jeito mais fácil de fazer política para fazer auto-promoção.
A crescente apatia que gira em torno da eleição do CONSU que o movimento diretas já se refere no panfleto distribuído em larga escala (sabe lá com que dinheiro), na verdade é um equivoco da oposição que não tem fundamentos na sua critica. Nos últimos anos o atual modelo de DCE permitiu colocar pessoas criticas no conselho para questionar e exigir clareza das decisões da reitoria. É praticamente só a representatividade do movimento estudantil é que questiona de forma constante e critica, o autoritarismo e o clientelismo tão enraizado na universidade. É bastante comum nas sociedades atuais, ter aversão às experiências políticas diferentes que questionam, porque elas incomodam, exigem mudanças e mais clareza nas decisões. Além disso, o DCE atual é um modelo político estudantil que dificulta o aparelhamento dos partidos políticos para eleições extra-acadêmicas. Isso é um dos pontos chaves que mais incomoda os petistas universitários, porque a sua tradição de atuação política nas diversas universidades do país, sempre foi fazer dos movimentos estudantis, trampolim político para exercer interesses mesquinhos e eleitoreiros.
Que fique claro, mais uma vez, que o objetivo das diretas já deseja apenas pegar o seu voto. Esse é o único direito que eles querem dar pra você. Agora um modelo que exige debates e estudos, e que preza pela maturidade das discussões e decisões, não ocorre e nunca ocorreu pela democracia direta, porque tudo é muito direto. Já a democracia indireta, por meio dos conselhos de base, sempre ocorre com mais lentidão e dificuldades, porque exige o debate critico, isto é, as coisas são decididas e discutidas no dia-a-dia na base. Os estudantes sempre são convidados a participarem e decidirem sempre. Isto é, você não é lembrado apenas em época de eleição.
Portanto, cuidado para você não ser convencido pela política do mais fácil. Cuidado com os argumentos das “diretas já”. As pessoas que estão encabeçando tal movimento, têm interesses escusos e obscuros, porque nunca participaram de nenhuma reunião no DCE e querem mudar o modelo sem conhecê-lo direito. Em nome de um suposto progresso (o voto direto), querem promover o retrocesso da maior escola política que UFSJ já teve na sua história: o CEBs – Conselhos de Entidades de Base.
Por: Petterson Ávila Corrêa
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